no silencio das linguas cansadas

20050130

canto a meia luz

Ohh ..., Can anybody see the light,Where the morn meets the dew,And the tide rises,Did you realise no one can see inside your view,Did you realise forwhy this sight belongs to you. Ohh ...,Just set aside your fears of life,With the sole desireDone it warning,Done in now,This ain't real,On in this side,Done it warning,Done in now,This ain't real,On in this side,Done it warning,Done in now,This ain't real,Done it warning,Done in now,This ain't real,On in this side,Ohh ..., Oh can anybody see the light,Where the morn meets the dew,And the tide rises,Did you realise no one can see inside your viewDid you realise, forwhy this sight belongs to you.



portishead, strangers, dummy



20050129

e os sonhos se desfazem em fumo

onde estavas. quando o meu mundo desabou. caiu aos meus pes. e se desfez em milhoes de pedacinhos. pequeninos. impossiveis de colar. quando tudo deixou de fazer sorrir. e transformou o olhar. e o sorriso cor de rosa. deixou de brilhar. onde estavas. quando tive de dar o primeiro passo. para a seguranca do meu ser. quando tomei a decisao de cuidar de mim. das minhas dores. e deixar os outros entregues aos seus segredos e suspiros. onde estavas. quando fechei os olhos. e no vidro da janela ficou a marca duma gota de agua salgada. duma mao. dum beijo. soprado. duma tristeza. e dum desespero. tao grandes que passaram para la da fronteira das coisas que se tocam. e se podem ver. e encheram a caixinha da alma. quando deixei de conseguir distinguir a realidade dum sonho. porque e agora que o real pesa. e os sonhos me parecem mais sensatos que a realidade a minha volta. onde estavas. quando as musicas deixaram de fazer sentido. sem as tuas palavras por detras. e os livros deixaram de brilhar. e puxar pela vontade de lhes pegar. e devorar. onde estavas. quando tudo deixou de ser importante. quando o frio. e as feridas na mao. e o barulho ensurdecedor. nas segundas a tarde. deixaram de me afectar. e tudo me comeca a parecer igual. bonito. triste. e confuso. onde estavas. quando deixei de ter alguem a quem esticar a mao. e os montes a volta pareciam despovoados. e os fantasmas se faziam ouvir ao longe. quando o medo invadiu as sombras. e o escuro deixou de ser um refugio. para me embalar. numa cantiga de encantar. de lembrancas e saudades. mortas. onde estavas. quando virei as costas. e chorar deixou de ter algum significado.

20050128

"lembremos tambem quem esquece onde vai dar o caminho."
heraclito

20050125

meninas de cascais

you're so good to me and your love's tha inspiration that i need writing songs for you is the way i find to thank you for this face the music dance to the music now i hear the sound of music and your kisses take it closer to perfection you're beyond imagination we're the dream team you're so good to me you're so good to me and i hope to give you back the peace of mind that you give to me and it feels like bossa nova by jobim the solution to my dilemma you're my girl from ipanema inspiration for my samba in slow motion you're the top you're my devotion my slow motion bossa nova dream


celso fonseca, slow motion bossa nova, natural

20050115

encosto um pouco a porta. nao sou capaz de a fechar. encosto a so um pouco. para nao me entrar tudo. assim. de rompante. e fica assim. encostada. a porta positiva. ate o mundo dar outra volta. ate as aguas correrem limpas nos meus rios.

20050114

muralhas a volta

quando as gotas correrem pela tua pele. e te aperceberes que nao sao tuas. quando te deixares inundar pela agua. que te rodeia. pela vida que te chama. quando fechares os olhos. e te deixares levar pelo que nao controlas. e nao ves. ai perceberas que tudo muda. tudo pode desaparecer. mas que. no fundo. continua igual ao que foi. as pequenas coisas vao sendo modificadas. so isso. e o que te fez chorar ontem. podera so causar tristeza no teu olhar. no amanha que nos espera ao virar da esquina. quando parares de cruzar os bracos. e esticares a mao para tocar alguem. ai poderas ver que nao e tarde de mais. que ha sempre uma hipotese. uma esperanca. mesmo que pequena. mesmo que a consideres va. ficara sempre pendurada. esquecida a um canto. ate que se esgote. e ai. sera tarde. cedo para comecar de novo.

mil bolinhas de esferovite de mil cores diferentes

Ghosts in the photograph
never lie'd to me.
I'd be all of that
I'd be all of that.
A false memory
would be everything.
A denial my eliminent.
What was that for?
What was that for?
What would you do
if you saw spaceships
over Glasgow?
Would you fear them?
Every aircraft,
every camera,
is a wish that wasn't granted.
What was that for?
What was that for?
Try to be bad.
Try to be bad.


mogwai, take me somewhere nice, rock action

20050113

no.25

- se te sentasses ao lado dela. ai eu nao estaria no meio. e nao estaria a levar com tudo. e assim seria perfeito.
- mas quem disse que eu quero que seja perfeito. o mundo nao e perfeito.

(...)

- eu nao sou perfeita.

20050112

gosto quando da para ver as estrelas. da cidade. e tudo parace so ter comecado.

20050108

olhar para tras e so ver o preto dos teus olhos

e estranho fingir. que nada aconteceu. continuar as conversas. como se o anterior tivesse ficasse longe demais para ser tocado. ou sentido. e estranho preferires o meu fingir. e o teu ignorar. ou esquecer. ao verdadeiro. as palavras que dissemos com sentimento. pelas que dissemos de olhos fechados. de emntira. e estranho como continuo a ir ter contigo. e insistir. como me procuras quando o silencio e grande de mais. e se torna ensurdecedor. ja conheco todas as estacoes de comboios. que percorrem o teu mundo. e sei que nenhuma delas sera alguma vez a minha. percebi enquanto via as terras mudarem. e o meu destino era a final. ja me resignei a verdade que somos nos. e estranho que continues a tentar manter as conversas amigaveis. e a prender o grito. que e tao dificil. de manter fechado na garganta. que deve ser solto. e vejo o pelos teus olhos. a dancar. na vontade urgente de se fazer ouvir. e estranho essa tua forma de sentir as coisas. e de tentar apagar o que nao gostas. de tentar moldar o passado. a uma historia que aches agradavel de ser contada. e estranho como tentas sempre esquecer as discussoes. e ages como se nao tivessem acontecido. as pequenas coisas que deixam marca no tempo. e na pele de cada um de nos. mesmo que o tentes negar. mesmo que o tentes esquecer. e o tempo eventualmente acabara. e a pele passara a ter marcas demais. ate que um de nos se esconda. e deixe as marcas desaparecerem. e estranho como tudo isto aconteceu. e como estou ainda a espera de um final que me agrade. e nao doa. nas marcas que ja ficaram. e estranho esta minha vontade de nao querer fingir. e te deixar perceber o meu pensamento. bem alto. baixinho ao teu ouvido.

gotas de fogo

Entre a chuva dissolvente
no meu caminho de casa
dou comigo na corrente
desta gente que se arrasta.
Metro, túnel, confusão,
quente suor vespertino
mergulho na multidão,
no dia-a-dia sem destino.
Putos que crescem sem se ver
basta pô-los em frente à televisão
hão-de um dia se esquecer
rasgar retratos, largar-me a mão.
Hão-de um dia se esquecer,
como eu quando cresci.
Será que ainda te lembras
do que fizeram por ti?
E o que foi feito de ti?
E o que foi feito de mim?
E o que foi feito de ti?
Já me lembrei, já me esqueci...
Quando te livrares do peso
desse amor que não entendes,
vais sentir uma outra força
como que uma falta imensa.
E quando deres por ti
entre a chuva dissolvente,
és o pai de uma criança
no seu caminho de casa.
E o que foi feito de ti?
E o que foi feito de mim?
E o que foi feito de ti?
Já me lembrei...
Já me lembrei, já me esqueci...

xutos e pontapes, chuva dissolvente

tenho o cartao cheio de segundos de lembrancas


as amizades esgotamse? perdem o brilho?
a gargalhada. o olhar cumplice. e os pensamentos em sintonia.
ou sao as pessoas que se fartam?
e aos poucos se vao afastando. se deixam afastar. e arrastar pelos outros.
as vezes sinto que o abraco ja nao vale de nada. e o cafe. uma formalidade. para dizer que se tentou.
e o caminho a percorrer e tao diferente. da me a mao.

20050107


Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
A palavra no muro
Ficou coberta de tinta

Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
Só ficou no muro
Tristeza e tinta fresca

Nós que passamos apressados
Pelas ruas da cidade
Merecemos ler as letras
E as palavras de Gentileza

Por isso eu pergunto
À você no mundo
Se é mais inteligente
O livro ou a sabedoria

O mundo é uma escola
A vida é o circo
Amor palavra que liberta
Já dizia o Profeta


marisa monte, gentileza