no silencio das linguas cansadas

20050831

evasao.

juntamo nos num grito de liberdade. na beira duma ponte. no parapeito do terraco. num grito de ipiranga. mandamos o que nos chateava para o passado. para tras das costas. para onde ninguem mais vai ver como parte de nos. mandamos a merda as convencoes antigas. o diz que disse da vizinha. mandamos a merda o amor do poeta. pela musa de cor de rosa. a paixao infantil do bobo. pela doida da corte. mandamos a merda a conversa retrogada dos pais conservadores. quando os filhos crescem para la das fronteiras. do que a sua vista alcanca. mandamos a merda. as vontades e os impulsos. presos pelo pensar dos outros. o agir correcto. o manter a paz e as aparencias. mandamos a merda. tudo que nao queriamos connosco. aquelas pequenas coisas. que nos prendem aos outros. que se colam a nossa pele. os habitos. e os vicios. e que. em retrospectiva. nao eram assim tao importantes. e que condicionam a nossa forma de ser. mandamos a merda. os tiques dos outros. que nos incomodam mais que as moscas no verao. e que nos fazem ficar de cara fechada. mandamos a merda. as pessoas pseudo felizes. que nos invadem com uma hiprocisia profunda. e que nos afogam no seu medo. de serem gente. independente. de viver. mandamos a merda o fingir de outro alguem. a inveja. e a cobica. que se ve no brilho do seu olhar. o sorriso amarelo. que aparece como usual. e se torna a sau marca. mandamos a merda. as pessoas mesquinhas. cujo umbrigo brilha mais que qualquer sol. dos muitos que nos rodeiam. mandamos a merda. tudo o que nos prendia na infelicidade. e num choro sem lagrimas. num beijo sem tacto. rendemo nos a tudo. e deixamos que o mundo entrasse pela ponta dos nossos dedos. deixamos nao. mandamos nao. num grito so. e num salto. num impuslo de momento de medo e excitacao. atirei me de cabeca. para o que ainda esta para vir. e fechei o primeiro volume. de muitos. unico.

20050824

somewhere not here

como e que sabemos. que o que fazemos e o mais correcto. que nao e um mero capricho. ou impulso do momento. como e que sabemos que e o melhor. a fazer. o acorrer do mundo que nos persegue. porque e que. mesmo quando identificamos um acto. um gesto. como impulso. nao o rejeitamos. e mantemos a cabeca no lugar. ou a perdemos. por entre as estrelas. e as nuvens. como e que sei que fiz o melhor que pude por mim. porque no mundo que me rodeia. sei que primeiro estou eu. e ha momentos para ser egoista. e pensar no umbigo. como o centro nuclear da vida. me fechar em mim. e ha momentos. para me dar. sem duvidas. e questoes. me dar. sem esperar receber. que os outros sao flores no caminho. sei que todos os que me rodeiam. e me afectam de alguma forma. boa ou ma. sao importantes. para mim. e para o que sou. ou vou ser. um dia. e que tudo o que fazemos. se reflecte em mil pedacinhos. de espelhos partidos. na vida dos outros. e reciproco. o amor que me dao. a cada dia. e e reciproco. a tristeza. com que me olham. porque. tudo se reflecte. em todos. em tudo. e o mais pequeno gesto. quando feito com carinho. e amor. se torna no mundo de alguem. como e que sei. que e este o caminho. que a conta da minha vida escreveu para mim. antes de eu ser gente. antes de me chamarem pelo nome. como e que sei. qual o siginificado de alguem. na minha vida. como e que sei que este e o melhor. que me podem dar. que consigo dar. a um qualquer outro. como e que sei. que todas as duvidas que tenho. sobre tudo. agora. vao um dia ser respondidas. ou perder a importancia. que lhes dou.

bracos nus. em luar azul.

As certezas do meu mais brilhante amor
Vou acender, que amanhã não há luar
E eu colherei do pirilampo um só fulgor
Que me perdoe o bom bichinho de o roubar
Assobiando as melodias mais bonitas
E das cidades descrevendo o que já vi
Homens e fósseis e seus gestos como escritas
Do bem e do mal, a paz a calma e frenesim
Se estou sozinho é num beco que me encontro
Vou porta a porta perguntando a quem me viu
Se ali morei, se eu era o mesmo e em que ponto
O meu desejo fez as malas e fugiu
Assobiando a melodia mais bonita
A da certeza do meu mais brilhante amor
Da sensação de entre as demais a favorita
Que é ver a rosa com o tempo a ganhar cor
Assobiando as melodias mais brilhantes
Como o brilhante da certeza de um amor
Como o rubi mais precioso entre os restantes
Que é o da meiguice alternando com ardor
Não negarei ficar assim nesta beleza
Assobiando as melodias mais fugazes
Não é possível nem é simples, concerteza
Mas é vontade que me dá do que me fazes
sergio godinho, as certezas do meu mais brilhante amor, coincidencias

20050822

olhos abertos. de ver a alma.

(acabou..)
foi se. ja foi o que tinha de ser. finalmente. posso dizer.
ponto final. paragrafo.

20050820

guerra de areia.

música: "dia da criacao" de vinicius de moraes
cantor: vinicius
cantora: ellis regina
actor: jack nicholson
actriz: cate blanchett
filme: o amante (da china do norte.) adaptacao.
cor: verde
país: china. hometown
comer: comida angolana. ou basicamente tudo oq ue a minha tia cozinhar.
dia: terça.
cinema: sempre. a qualquer hora. ou dia. em casa. ou em qualquer lugar.
gosto de: mim. dos meus amigos. dos meus pais. e do meu irmao. dos lugares onde ja fui. e daqueles onde ainda hei de ir. das pessoas que ainda estao para conhecer. de gatos. e musica. do que me faz bem. de quem me faz feliz.
mãe: a minha. nao se aceitam trocas. cada um que se amanhe com a que lhe calhou na rifa. e a minha e perfeita comigo.
pai: o meu. que sabe sempre o que fazer. e dizer. so de nos olhar. ou ouvir ao telefone.
sogra: de quem?

20050817

um dia. temos de falar. quando formos capazes de dizer. tudo o que temos a dizer. quando formos capazes de abrir os nossos coracoes. em sintonia com o pensamento. e sentimento. quando nos sentarmos. com calma. num qualquer lugar. so os dois. vamos dizer o que sentimos. os medos que temos de ficar sozinhos. e como nos apoiamos um num outro. sem o outro saber. nos sonhos que tinhamos para os dois. e nas saudades dos momentos a dois. dos miminhos. e das maos dadas. dos abracos. e dos sopros de acordar. e arrepiar o sonho. um dia. quando formos velhos rabugentos. e cansados. cheios de netos. e filhos. teimosos. vamos ser capazes. de abrir a porta ao outro. vamos ser capazes de conversar. em palavras direitas. sem jogos. ou medos. nem zangas. de ficar em silencio. quando formos capazes de sinceridade sem limites. ja sera tarde de mais.

momentos de nostalgia. relembrar o passado que nao volta a tras.

Do you remember
when we first met
I sure do
It was some time
In early September
You were lazy about it
You made me wait around
I was so crazy about you
I didn't mind
So I was late for class
I locked my bike to yours
It wasn't hard to find
You painted flowers oh
Guess that I was afraid
That if you rode away
You might not roll back
My direction real soon
Well I was crazy about you then
And now the craziest thing of all
Over 10 years have gone by
And your still mine
Locked in time
Lets rewind
Do you remember
When we first moved in together
The piano took up the living room
You'd play me boogie woogie
I played you love songs
You'd say we're playing house
Now you still say we are
We build our get away
Up in a tree we found
We felt so far away
Though we were still in town
I remember watching
That old tree burn down
I took a picture that
I don't like to look at
Well all these times
They come and go
Alone don't seem so long
Over 10 years have gone by
We cant rewind
We're locked in time
But your still mine
Do you remember?


jack johnson, do you remember, in between dreams

20050813

sozinho na noite. um barco ruma. para onde vai. [turrinhas- 05]

perdi me. no meio da confusao do embarque. no meio das malas. do po. e das lagrimas. perdi me nas depedidas. nos abracos. nas cartas. e nas fotografias. prometidas. perdi me no meio de todos. das cancoes. e dos miminhos. perdi me. quando fui dar o beijinho de boa noite. e ver os sonhos cor de rosa a flutuarem sobre as tendas. perdi me. de voces. e de mim. no meio da floresta de fetos. nas rochas. e nas tendas. perdi me. quando me deitei a ver as estrelas cadentes. e quando me sentei entre voces. numa rodinha que nunca apareceu. perdi me no meio das brincadeiras de criancas. no meio dos duendes. dos totos. dos cogumelos gigantes. dos pimpolhos. e dos seres magicos que habitam as florestas. perdi me. na confusao das lanternas. e dos cantis. das malas. que vos ultrapassavam em altura. perdi me das cabras. e das vacas. do sol estonteante. e da lua incandescente. perdi me de voces. no meio de cancioneiros. que nunca eram suficientes. e no meio de aplausos que se repetiam sem fim. perdi me. entre voces. nas vossas vidas. e formas de ser. nas vossas saudades de casa. medos. e choros. que combatiam diariamente. perdi me nos vossos olhos magicos. que abriam sem medo. nem preconceito. perdi me na vossa curiosidade. de absorver tudo o que vos era diferente. e na vossa preguica. de jiboiar na sombra da sorna. perdi me nos vossos abracos de tristeza. e nas vossas festinhas de carinho. perdi me logo na chegada. nos berros de "nauflagio". e so me encontrei em lisboa. quando voltei a ser eu. e me vi perdida. sem voces. no silencio que sou so eu.

20050802


aqui vamos nos.
pe ante pe.
crescer. sorrir. e brincar.
aqui vamos nos.
viver. sonhar.