no silencio das linguas cansadas

20060711

unhas. pintadas de preto. e amarelo.

de repente. nada mais que de repente. as cores do mundo tomam vida. e deixam um rasto de musica e sorrisos. pelo seu caminho. e sobre os tijolos amarelos. um tom vai tomando predominancia sobre outro. e outro. sobre outro. e o mundo na sua rotacao. constante. vai permitindo que mude. e aconteca. de repente. nada mais que de repente. ao ver. se toca uma pessoa. e o significado das palavras. toma forma sobre o ser. que respira. e anda. e pensa. de repente. nada mais que de repente. tudo muda. tudo acontece. e tudo continua na mesma. numa constante repeticao. de que ninguem se aprecebe. numa danca. de roda unica. e monocordica. de repente. nada mais que de repente. os desejos. transformam se em vontades. os sonhos. realizados. e o peso. que aperta o coracao. e atrasa os movimentos. desaparece. de repente. nada mais que de repente. as fotografias velhas. de lembrancas antigas. sao guardadas numa caixa. de chapeus velha. e arrumadas. numa prateleira alta. para serem so remexidas. num novo lamurio do coracao. de repente. nada mais que de repente. a musica. deixa de ser um som de fundo. e torna se na banda sonora da vida. os sorrisos. passam de timidos. e confusos. a um rir que vem do fundo. de repente. nada mais que de repente. um abraco e uma declaracao. e um beijo uma palavra. de repente. nada mais que de repente. crescemos. mudamos. e deixamos de poder voltar a tras.