encostada a uma parede no meio da multidao
nao chegues a horas. atrasa te um bocadinho. uns minutos so. deixa me aqui a tua espera. a pensar que nao vens. da me tempo para pensar. para repensar o que faco. porque vim. e o que te quero dizer. imaginar ate onde me vais deixar ir. sozinha. perguntar me. mais mil vezes. quando vais parar os meus delirios. nao me deixes ir embalada pelas minhas proprias conviccoes. sem uma mao a segurar me. para nao cair. e pensar. iludir me. que estou acompanhada. ja sei que vou cair. e que vais ser tu a empurrar me. num gesto de coragem. subita. um impulso. aqueles que nao tens habito de prender dentro de ti. nao sou capaz de dar o salto. e ser eu a soltar me de ti. nao chegues a horas. manda me uma mensagem a dizer que afinal nao podes vir. que perdeste o comboio. e que o proximo e demasiado tarde. e nao vale a pena vir assim. por pouco tempo. todo o tempo que passamos juntos e pouco. ja sabemos isso a tanto tempo. que nao queres vir a correr. nao sabes. nao consegues fazer as coisas a correr. nao chegues a horas. fica mais um tempo em casa. no quentinho da sala de estar. de olhos fechados a escolher as musicas que queres ouvir no caminho. e aquelas que me vais cantar. ou lembrar. a fazer os filmes. que achas que passam na minha cabeca. nao chegues a horas. nao venhas. nao digas nada. desaparece. deixa me acreditar que me esqueceste. como eu quero esquecerte. deixa me por te no lugar que tenho guardado para ti. para o que ja foi.
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