crescer devagar

-fuck
apetece-me dizer asneiras e fugir e dizer asneiras
-e gritar e bater com os pes
-e atirar coisas à parede
-e fechar os olhos e chorar embalada num abraco
-mas fecho os olhos e choro e o abraço nao está la
e é por isso que choro..
-e a raiva volta. e o choro nao para

(..)

-foda-se
-bate
-onde? em quem?
-num corpo. onde doi.
-no meu?
no meu ja nao doi
de tanto doer..
-depois vem a calma.
-de tanto bater...
-e a tristeza e maior que a raiva.
mas doi. sempre.
-nunca pára de doer?
-nao. so parece que fica pequenino pequenino.
e um dia. procuras. pq achas que ja la nao esta. e encontras. encolhidinho a um canto. uma marca.
-foda-se foda-se foda-se vezes mil

merda.

para os finais felizes que acabam. mal. e para dor dos outros. que doi no meu corpo. e me impedem de pensar. e so me deixam lembrar. e reviver mil vezes o que ja foi. e ja doeu o que tinha a doer.

promete. que tudo vai ficar bem. e que nao vai doer. quando acontecer. quando tiver que ser. e que nao me vais deixar chorar sozinha. embalada nos meus solucos.

desculpa majoni. um abraco agora. e um beijinho lipgloss.